FINE ART: Lobo Laranja e Azul

“Vítimas: Perseguidos pelas Chamas” é uma serie de obras que convida o público a olhar além do horizonte urbano e sensibilizar-se com a realidade de nossa fauna silvestre, composta por espécies ameaçadas que enfrentam as constantes queimadas que assolam o Cerrado, o Pantanal e a Amazônia. Animais que simbolizam a riqueza e a beleza de nossos biomas, mas que, na realidade, sofrem com o avanço das chamas e a destruição de seus habitats.

Apesar de serem frequentemente retratados como símbolos de beleza e orgulho nacional, esses animais enfrentam uma realidade sombria, muitas vezes mascarada ou ignorada. A escolha dos animais retratados foi baseada em notícias recentes sobre as queimadas de 2024. Estas afetaram diretamente tanto os animais quanto instituições de conservação, como o Instituto Arara-Azul e o Instituto Tamanduá, mas que, mesmo assim, não mediram esforços para resgatar inúmeros animais feridos pelo fogo.

Em um jogo de contrastes visuais, as obras de Rodrigo Piasecki, com cores vibrantes e formas estilizadas, celebram a beleza e a singularidade desses animais, buscando encantar o espectador e convidá-lo a conhecer mais sobre a fauna brasileira.

As representações artísticas buscam materializar a vulnerabilidade desses animais e a urgência de preservação. Dessa maneira, a técnica utilizada envolve manchas de cor e fusão entre figura e fundo, evocando a efemeridade da vida e a ideia que não há diferença entre o ser e o meio. Isto significa que sem o seu habitat os animais não existem, pois, na verdade sua existência só é possível devido a um intrincado processo de simbiose que há entre os animais e o meio ambiente. Portanto, para proteger os animais, é fundamental preservar os biomas em que eles vivem. O uso de papel reforça essa mensagem, simbolizando que, sem preservação adequada, esses seres podem se extinguir tão facilmente quanto um pedaço de papel que se desfaz. Então, ao entrelaçar arte e realidade, “Vítimas: Perseguidos pelas Chamas” busca despertar a consciência coletiva e incentivar o público a refletir sobre o quanto essas vidas dependem de nossa ação para resistir ao avanço das ações que destroem seus lares.